Breve história de Paulínia

Vista panorâmica da cidade em junho de 2007, a partir do Jardim dos Calegaris para o novo vetor de crescimento, no Parque Brasil 500.

Paulínia, que hoje integra a região metropolitana de Campinas, surgiu justamente como um desmembramento desta grande cidade, assim como as demais cidades de seu entorno, como Cosmópolis, Sumaré e Valinhos. Para compreender sua origem, é imprescindível mencionar o desenvolvimento da cultura do café e suas implicações para o surgimento dos primeiros núcleos habitacionais consistentes no século XIX.

Até então, a localidade onde se encontra Paulínia atualmente, era um sertão pouco explorado e ainda habitado por índios. Foram doações de terras por parte do governo da colônia que deram início ao seu paulatino desbravamento. Campinas surgia como nova força na produção do café e com a Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel em 1888, abolindo o sistema de escravidão do império, houve a necessidade de substituir a mão de obra escrava pela mão de obra de imigrantes europeus, basicamente italianos, no caso da então vila de São Bento.

Os grandes fazendeiros, naquela época, eram vereadores em Campinas e conseguiram financiamento para a construção de uma estrada de ferro na virada do século XX, conhecida como Funilense, por ligar a estação central de Campinas à Fazenda do Funil, que hoje é Cosmópolis. Em torno das estações foram se incrementado os tais núcleos habitacionais, que evoluíram para bairros, distritos e até mesmo cidades - como o Distrito de Barão Geraldo, a Vila José Paulino, o Bairro João Aranha. O nome de cada estação geralmente correspondia ao nome do proprietário de sua respectiva fazenda servida pela estrada. Mas havia outras denominações como Santa Terezinha e Santa Genebra.

A chegada de uma multinacional do ramo químico e têxtil (Rhodia), no início dos anos quarenta, coincide com a elevação da Vila José Paulino a condição de Distrito de Paulínia. Naquela época, o governo estadual vetava o uso nomes pessoais para batizar novos distritos e cidades. A arrecadação fiscal crescente em função da Rhodia, alterou os rumos econômicos do recém criado Distrito, reduzindo a importância da agricultura em seu cenário desenvolvimentista.

Nos anos cinqüenta chega um personagem importante e decisivo para a história de Paulínia. Trata-se de José Lozano Araújo, funcionário aposentado da Assembléia Legislativa de São Paulo. Conhecedor dos trâmites necessários para a criação de um município, ele aglutina forças com os representantes das famílias mais tradicionais do Distrito a ponto de realizarem um plebiscito, em 1963, culminando na autonomia do mesmo.

O Diário Oficial do Estado de São Paulo sanciona a criação do Município de Paulínia em 28 de fevereiro de 1964. No ano seguinte são realizadas as primeiras eleições, que elegeram o próprio Araújo como prefeito. Já os primeiros vereadores, que ainda atuavam em caráter voluntário, eram todos provenientes das famílias dos descendentes italianos que aportaram na cidade cerca de setenta anos antes, como Trevenzolli, Ferro, Beraldo, Pigatto e Motta, entre outras.

Na virada dos anos setenta, um novo e fundamental impulso na economia de Paulínia acontece com a implantação da Replan (Refinaria do Planalto). Nesse período ocorre uma explosão do contingente populacional, atraído pelo aumento vigoroso da arrecadação fiscal. Nessa década, viriam ainda outras multinacionais, como ICI, Du Pont e Shell Química, legando à Paulínia a condição de potência industrial no âmbito estadual e mesmo federal.

Até meados dos anos oitenta, Paulínia, por ser considerada área de segurança máxima de interesse nacional, fica impedida de eleger seus representantes no poder executivo e legislativo, sendo os prefeitos e vereadores nomeados pelo governo estadual. Nesse período, apesar da arrecadação astronômica, a cidade ainda mantém as mesmas características de outras, circunvizinhas, que dispunham de muito menos recursos.

Somente nos anos noventa uma nova mentalidade toma conta de seus governantes, que visam colocar Paulínia no mapa cultural e turístico brasileiro, dissociando um pouco a sua imagem de cidade com proeminência industrial. Obras de porte, como um sambódromo coberto e uma biblioteca virtual, assim como a demarcação de áreas verdes para exploração de seu potencial ecológico, com a estruturação do sistema viário, são fatores que fazem de Paulínia, hoje, uma referência nacional. Sem mencionar a qualidade dos serviços prestados à população, nas áreas da saúde e educação.

Publicado originalmente no extinto site Conheça Paulínia.


3 comentários:

  1. de varios sites na net q eu procurei para fazer meu trabalho o unico q eu achei foi o seu

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  2. Parabens Jean, é o melhor texto no google sobre o assunto.
    Tatiana

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  3. Agradeço a Amanda e a Tatiana pelos comentários. Está na hora de providenciar uma foto mais atualizada para o texto, pois essa de 2007 não condiz mais com o perfil da cidade.

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