A Páscoa é, ao lado do Natal, a data mais importante do calendário cristão. Na região sul do Brasil as famílias protestantes trouxeram da Europa um modo tradicional e peculiar de comemorar esta época, além de cultivar o interesse das crianças, para depois fazê-las compreenderem a importância que a ressurreição de Jesus tem para a humanidade.
Esqueça as escapadas para a praia ou para campo. Também não estamos falando da abundância de ovos de chocolate, devorados antes mesmo da manhã de domingo. Trata-se de uma Páscoa que começa a ser vivida antes mesmo do carnaval, quando as donas de casa começam a guardar as cascas de ovos de galinhas, patas ou gansos.
Durante a quaresma eles são pintados, com papeis crepom coloridos, mergulhados em vinagre para aderirem nas cascas, ou com a técnica de craquelê e decopagem, que deixam ranhuras douradas sobre a pintura convencional. A profusão de cores e texturas agrada aos olhos, principalmente dos mais novos.
Restando apenas uma semana, chega o momento de cozinhar o doce de leite branco, recheado com amendoins descascados. O cheiro da mistura na panela é único e delicioso. Ele toma conta do ambiente caseiro e passa a fazer parte da memória afetiva de quem presencia isto desde os tenros anos da infância.
Quando o doce é colocado nos ovos, estes são tampados com pedaços de papel seda, colados com clara de ovo. Então, num passe de mágica, os ovos desaparecem. Finalmente na manhã da Páscoa eles são procurados pelos recantos do lar, até serem encontrados em cestas, junto com balas, bombons, e tudo o que sacia o paladar aguçado pela longa espera.
O tempo passa e ensinam para você que a Páscoa é muito mais do que isso. Ela é um presente divino que significa a renovação da promessa do renascimento. Mas estes conceitos só começam a fazer sentido quando o calor da juventude avisa que vai esfriar um dia, nos lembrando que não somos eternos - pelo menos neste mundo material.
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