Ano após ano vejo amigos comemorando seus aniversários. Em idades redondas eles parecem ganhar significados especiais. Uma criança fazendo 10 anos se orgulha de poder encher as duas mãos para mostrar a sua idade. Fazer 20 anos é deixar definitivamente a fase adolescente para trás. A barreira dos 30 assusta um pouco, não tanto quanto fazer 40 - imagino eu, que ainda estou um pouco distante deste ponto.
Pessoalmente não me importo muito com os anos que se aproximam na casa das décadas. Particularmente o que me fascina é uma data fracionada, e estou chegando nela por esses dias em que escrevo estas linhas. Estou completando 33 anos e 1/3 - ou 33 anos e quatro meses. É a idade atribuída a Jesus Cristo quando ele encerrou sua missão terrena por aqui. Neste terço de centenário Ele sacudiu os pilares do mundo. Algo que eu não seria capaz de fazer nem que me concedessem uma eternidade para tanto.
Ainda não sou velho. Longe disso. Mas penso que já aprendi algumas coisas. Entre as quais, que não devemos nos comparar com os outros. Cada um tem a sua trajetória e deve segui-la fazendo o seu melhor, sem olhar para os lados. Tudo tem seu tempo e esta condição é variável para cada um de nós.
Outra lição aprendida na prática é que não podemos ter tudo. Precisamos fazer escolhas. Descobrimos o quanto gostamos de algo, ou alguém, quando deixamos de lado um caminho que se faz paralelo. Confiando em Deus para continuar na sua trilha, você se vê tendo que abrir mão de certas coisas. Então, certas pessoas vão se decepcionar contigo por causa disso, mas é algo que foge ao seu controle. Em compensação, por outro lado, braços abertos vão se estender na sua direção, quando então saberá que fez a escolha certa.
"Mas que raios esse arquiteto está escrevendo neste site?" - Imagino que seja a pergunta que você está se fazendo agora. Respondo que em nossa profissão ajudamos as pessoas a tomar decisões. Construir não é tão simples como comprar. Por isso, para auxiliar as pessoas a fazer o que se considera o certo, um arquiteto deve estar bem resolvido consigo mesmo. Até porque é um tipo de ofício que se entrelaça em sua vida pessoal, o que faz desta profissão uma atividade tão estimulante.
Aos 33 e 1/3 peço ao Pai lá do Céu que não me deixe perder o entusiasmo. Que me permita continuar nesta jornada, agora ao lado da Renata. Sim. Gostaria que esta data fosse realmente memorável e fui agraciado com a decisão de ficarmos noivos. Quando conheci a Renata senti algo forte no coração: "Está vendo aquela garota? É para você tomar conta dela. Não a deixe ficar triste um minuto sequer".
O sentido da vida parece mais cristalino quando se tem alguém ao seu lado.
Não posso dizer que a Renata é uma em um milhão, pois no Brasil duvido que existam 180 "renatas" como ela. De agora em diante, sinto-me mais forte e confiante. Se tiver que trabalhar em dobro, saberei que não será em vão. Espero também que as pessoas saibam que por detrás daquela pilha de papéis na mesa, daquele par de botinas empoeiradas e daquela barba de três dias, existe um homem apaixonado.
- Renata, eu te amo!
- Renata, eu te amo!
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