Os raios solares transpassam as copas das árvores para banhar o quintal do restaurante.
Mairiporã é uma pequena cidade encravada na Serra da Cantareira, entre o município de Atibaia e o bairro de Santana, da grande metrópole de São Paulo. Pequenas estradas serpenteiam a topografia acidentada da região, ligando a zona norte paulistana com a outrora pacata cidade - repleta de chácaras, sítios e loteamentos fechados - funcionando como rotas paralelas à Rodovia Fernão Dias, que rasga o chão dos bandeirantes em direção ao sul das Minas Gerais.
Numa das curvas destes caminhos nos deparamos com uma espécie de complexo de lojas de artesanato, bares e restaurantes, num ambiente que lembra uma vila de fins do século XIX. Também pudera, o local, conhecido como "O Velhão", vem sendo construído desde 1978 com materiais de demolição: tijolos que lembram adobes, madeiras centenárias, estruturas metálicas descartadas como ferro-velho. A primeira atividade no local se relacionava com carpintaria e marcenaria, partindo para restaurações de componentes em madeira e ferro e chegando aos dias atuais com uma gama de produtos e serviços ligados à arte e entretenimento.
No restaurante principal, a comida é caipira, servida em tachões de cobre, mantidos aquecidos em grandes fogões à lenha. A fartura é constante e as pessoas servem-se sem cerimônia, ao som de música ao vivo. Nos vários ambientes, separados apenas por diferenças de cotas de nível ou paredes com elementos vazados, as famílias se acomodam em mesas que também são feitas com materiais reutilizados de outras obras e épocas. Almoçar num local como este certamente é uma experiência de estranhamento num primeiro instante, mas de prazer assim que os primeiros brindes entre os amigos estalam nos ouvidos.
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