No dia 30 de novembro de 2010 recebi um telefonema do competente e atencioso jornalista Raoni Zambi, do Jornal TodoDia, que circula na região de Americana, além de contar com um portal na Internet. A indagação foi sobre os preparativos custosos da Prefeitura de Paulínia para a comemoração do Natal. Leia a nota que ele publicou na edição de 02 de dezembro do mesmo ano, sob o título "Paulínia aplica R$ 835 mil":
"A Prefeitura de Paulínia vai gastar R$ 730 mil com a estrutura natalina e mais R$ 105 mil com a iluminação. Fazem parte da estrutura a montagem e manutenção de um palco, coberturas com pisos modulares e uma tenda com chapéu de bruxa, além da iluminação das principais vias da cidade. O resultado do pregão, vencido pela Family Locações e Logística, foi divulgado no Diário Oficial de terça-feira. No ano passado, a vencedora também foi a Family, que recebeu R$ 1,2 milhão pelo serviço. A empresa venceu os pregões de Carnaval e do Paulínia Arena Music.
O arquiteto Jean Tosetto, que atua em Paulínia, comentou o que poderia ser feito com os R$ 835 mil. Ele explicou que a iniciativa privada poderia construir duas creches, de 300 metros quadrados de área construída, ou três postos de saúde, com 200 metros quadrados. “Não quero fazer nenhum juízo de valor porque sei que é importante investir no Natal, mas acho que esse valor é bem alto para uma estrutura que depois será desmontada”, afirmou o arquiteto. Toseto (sic) falou que uma estrutura permanente seria o melhor e que poderia ser até utilizada em outros eventos.
A assessoria de imprensa da prefeitura e o Departamento de Licitações foram procurados por telefone e e-mail pela reportagem, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada."
Comento:
Compreendo que um jornal impresso possui limitações para editar o conteúdo total de cada notícia. Inclusive o teor da matéria do Raoni Zambi contou com minha anuência antes da publicação. Nossa conversa, no entanto, foi bem mais extensa. Felizmente contamos com um veículo democrático na rede para desenvolver o tema e não deixar dúvidas sobre o que afirmei para a imprensa neste episódio.
Obviamente que o valor de R$ 835.000, isolado na mente, é alto, pelo menos para pessoas que vivem num padrão de normalidade. Para entender esta quantia, podemos fazer algumas comparações. Admitindo-se um custo por m² de construção próximo à R$ 1.400 (a iniciativa privada consegue trabalhar com menos do que isso) a Prefeitura de Paulínia poderia construir duas creches de 300 m² cada, ou três postos de saúde com 200 m² cada um, sem contar o custo de terrenos e mobiliários.
Por outro lado, não seria de bom senso a Prefeitura simplesmente ignorar o período natalino, que afinal de contas é a festividade religiosa mais importante do calendário. A questão é que boa parte deste valor poderia ser investido numa estrutura permanente (ao invés de algo desmontável) que serviria para outros eventos ao longo do ano. Paulínia já teve, com relativo sucesso, a festa dos descendentes de italianos, a Paulitália, algo que poderia ser retomado. Na região temos bons exemplos disso, como a Feira das Nações de Santa Bárbara d'Oeste e a Festa do Figo de Valinhos.
Reafirmo que não questiono o valor dos serviços contratados em si, mas sustento a opinião de que alternativas poderiam ser estudadas e levadas adiante. Capacidade técnica para projetar e construir não falta nesta cidade, com a qual temos compromisso de contribuir para o seu desenvolvimento.
Jean Tosetto - Arquiteto
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O arquiteto Jean Tosetto, que atua em Paulínia, comentou o que poderia ser feito com os R$ 835 mil. Ele explicou que a iniciativa privada poderia construir duas creches, de 300 metros quadrados de área construída, ou três postos de saúde, com 200 metros quadrados. “Não quero fazer nenhum juízo de valor porque sei que é importante investir no Natal, mas acho que esse valor é bem alto para uma estrutura que depois será desmontada”, afirmou o arquiteto. Toseto (sic) falou que uma estrutura permanente seria o melhor e que poderia ser até utilizada em outros eventos.
A assessoria de imprensa da prefeitura e o Departamento de Licitações foram procurados por telefone e e-mail pela reportagem, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada."
Comento:
Compreendo que um jornal impresso possui limitações para editar o conteúdo total de cada notícia. Inclusive o teor da matéria do Raoni Zambi contou com minha anuência antes da publicação. Nossa conversa, no entanto, foi bem mais extensa. Felizmente contamos com um veículo democrático na rede para desenvolver o tema e não deixar dúvidas sobre o que afirmei para a imprensa neste episódio.
Obviamente que o valor de R$ 835.000, isolado na mente, é alto, pelo menos para pessoas que vivem num padrão de normalidade. Para entender esta quantia, podemos fazer algumas comparações. Admitindo-se um custo por m² de construção próximo à R$ 1.400 (a iniciativa privada consegue trabalhar com menos do que isso) a Prefeitura de Paulínia poderia construir duas creches de 300 m² cada, ou três postos de saúde com 200 m² cada um, sem contar o custo de terrenos e mobiliários.
Por outro lado, não seria de bom senso a Prefeitura simplesmente ignorar o período natalino, que afinal de contas é a festividade religiosa mais importante do calendário. A questão é que boa parte deste valor poderia ser investido numa estrutura permanente (ao invés de algo desmontável) que serviria para outros eventos ao longo do ano. Paulínia já teve, com relativo sucesso, a festa dos descendentes de italianos, a Paulitália, algo que poderia ser retomado. Na região temos bons exemplos disso, como a Feira das Nações de Santa Bárbara d'Oeste e a Festa do Figo de Valinhos.
Reafirmo que não questiono o valor dos serviços contratados em si, mas sustento a opinião de que alternativas poderiam ser estudadas e levadas adiante. Capacidade técnica para projetar e construir não falta nesta cidade, com a qual temos compromisso de contribuir para o seu desenvolvimento.
Jean Tosetto - Arquiteto
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