“Arquiteto 1.0 – Um manual para o profissional recém-formado” é direcionado para estudantes e profissionais recém-formados em Arquitetura e Urbanismo. Um livro que poderá ser lido, também, por professores, pais de alunos e amantes do ofício em geral.
Por Jean Tosetto
Em 2012 tive a grande satisfação de lançar meu primeiro livro - “MP Lafer: a recriação de um ícone” – na sede do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil – em São Paulo. Este foi um trabalho que me custou muitos meses de pesquisa e dedicação para escrever a história de um carro concebido por um arquiteto, Percival Lafer, que foi meu grande mestre e consultor neste desafio.
O livro foi muito bem recebido pela comunidade de entusiastas de carros antigos e superou em mais de quatro vezes as expectativas de venda de exemplares, ao ganhar destaque na mídia especializada. Logo passei a sentir duas pressões: para não ser autor de um livro só e para escrever um segundo livro que fosse tão bom quanto o primeiro.
Em 2013 segui escrevendo para alguns sites e para a pequena grande revista MotorMachine, de Santa Catarina. Porém, a ideia do segundo livro se limitava ao tema: sobre o ofício da Arquitetura. Os compromissos no escritório e o nascimento da minha filha me tiraram o foco para mergulhar neste segundo desafio.
Em 2014, no entanto, recebi um convite irrecusável do Professor Ênio Padilha: escrever uma série de artigos para seu site, voltado para a valorização profissional de engenheiros e arquitetos. Padilha é um engenheiro eletricista de formação que se especializou em questões de Administração de Negócios e Gestão de Carreira na Engenharia e Arquitetura.
Os doze textos semanais que entreguei para o site do Ênio foram o embrião do meu novo projeto editorial, que ganhou até um título provisório: “Conselhos de um jovem arquiteto para arquitetos mais jovens ainda”. Explico: prestes a completar 40 anos em 2016, penso que cheguei naquela idade emblemática para fazer uma revisão dos caminhos percorridos até aqui, passando esta experiência para quem tem 20 e poucos anos de idade, e está se formando na academia. E, afinal de contas, um arquiteto aos 40 anos de idade ainda é considerado jovem para a profissão.
Outro artigo que escrevi, para meu próprio site, também apontou nesta direção: “Arquitetura vale a pena?” bateu recordes de acessos e comentários dentre todo o material que já produzi para a Internet, demonstrando que escrever para os mais jovens era um caminho promissor, dado a fome de conhecimento da parte deles.
O ano de 2015 começou com os brasileiros reclamando da crise, mas eu já estava colocando as peças do novo livro no tabuleiro, quando o Professor Ênio Padilha lançou o “Manual do engenheiro recém-formado”. Fiquei impressionado com as propostas semelhantes e admirado por ele ter sido mais rápido do que eu para publicar algo nesta linha.
Foi então que o destino me sorriu. Recebi outro convite irrecusável de Ênio Padilha: escrever com ele o que seria o “Manual do arquiteto recém-formado”. Aceitei o trabalho de primeira, sem ao menos tomar ciência da minuta do contrato. Naquele mesmo dia passei a escrever freneticamente para o livro.
A obra contará com ilustrações de Fernando Rebelo, homenageando grandes arquitetos brasileiros ao final de cada capítulo. |
No começo de agosto tivemos uma reunião em São Paulo, onde Padilha estava ministrando um de seus cursos. Naquela ocasião ele formalizou o convite, quando eu já havia entregado cerca de 80% dos capítulos. Resolvemos mudar o título do livro para “Arquiteto 1.0 – Um manual para o profissional recém-formado”. Uma clara referência aos programas de informática em suas versões iniciais, que vão evoluindo com o tempo.
No momento isso é tudo que tenho para declarar, salvo que você pode acessar mais informações neste hotsite da Editora 893. Nosso livro está em fase de revisão e diagramação. Um grande amigo já recebeu o convite para prefacia-lo. O lançamento está previsto para o fim de novembro de 2015. Serão dias de grande ansiedade – sentimento que nenhum escritor, mesmo que já tenha 39 anos, consegue dissipar.
Veja também:
De arquiteto para arquiteto: a história do MP Lafer
Conselhos a um arquiteto recém-formado
Para comemorar o lançamento de "ARQUITETO 1.0 - UM MANUAL PARA O PROFISSIONAL RECÉM-FORMADO", que certamente será um grande sucesso, a OitoNoveTrês Editora dará um exemplar do livro para cada um dos autores dos melhores conselhos aos arquitetos recém-formados, escolhidos pelos autores e pela equipe da Editora.
Visite a página especial do livro, preencha o formulário e deixe seu conselho. Se ele for escolhido (e for publicado aqui) você receberá o seu exemplar em sua casa, sem nenhum custo.
Eis os vencedores:
"Faça parte e frequente regularmente a associação de profissionais da sua cidade ou região. Lá você vai conhecer companheiros de profissão, trocar experiências, participar de cursos, palestras, oficinas e demais canais de conhecimento para ampliar seu network e seu currículo."
Magda Berberich Freire Seabra
Arquiteta e Urbanista | Guarulhos-SP
(17/09/2015 | 23:04)
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Alexandre Hernandez Pereira
Arquiteto e Urbanista | Campinas-SP
(14/09/2015 | 14:44)
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Isabela Santos Santana
Estudante | Propriá-SE
(29/09/2015 | 10:09)
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Ruth Meri Borgmann
Arquiteta e Urbanista | Jaraguá do Sul-SC / Spokane-EUA
(13/10/2015 | 18:17)
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Maristela Macedo Poleza
Arquiteta e Urbanista | Rio do Sul-SC
(10/10/2015 | 22:13)
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"A faculdade nos prepara basicamente com conceitos e informações para enfrentarmos os desafios técnicos da profissão, no entanto, a burocracia e a legislação vigente são as maiores barreiras para um profissional arquiteto, principalmente no inicio da carreira. Diante disso meu conselho é: não importa o tamanho ou a complexidade do empreendimento que está prestes a criar, antes de qualquer estudo preliminar, pesquise todas as normas e regras da Lei de Uso e Ocupação do Solo do município, além de prever também os trâmites necessários para conseguir aprovar seu projeto. Somente assim terá real consciência do trabalho e responsabilidade a ser desprendido, e finalmente poder apresentar um valor de honorários justo ao contratante, garantindo assim que não haja qualquer desconforto a ambos durante andamento do processo."
Arquiteto e Urbanista | Campinas-SP
(14/09/2015 | 14:44)
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"Não deixe que as suas vaidades e convicções vençam as preferências e estilos de seus clientes, encontre sempre um ponto onde seus conhecimentos podem se aliar aos dos clientes, e assim ambos encontraram a satisfação no projeto."
Isabela Santos Santana
Estudante | Propriá-SE
(29/09/2015 | 10:09)
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"Uma das coisas mais importantes para construir uma boa carreira profissional, ao meu entender, é passar segurança aos nossos clientes e se não a tivermos, temos de tratar de ter. Estagiei todos os anos de estudante em várias áreas diferentes na Arquitetura e ainda fiz mais um ano de estágio após formada para poder aprender mais e isto me deu uma base muito segura para meu trabalho. Sempre que tinha alguma dúvida ligava para algum professor meu ou pagava consultas com algum engenheiro de minha confiança. Gostava de coisas mais arrojadas para o padrão e ia pesquisar. Aliás pesquisa é palavra chave na vida de um arquiteto e para sempre estará no nosso metiê de atividades. Quanto mais soubermos melhor. Não paramos de aprender nunca! Se não soubermos algo, não precisamos dizer isto ao nosso cliente, mas podemos achar uma forma elegante de postergar nossa opinião para dar ela com segurança após uma pesquisa. Como por exemplo: Se for uma questão estrutural que não precisamos ter conhecimentos aprofundados nisso, poderemos dizer ao cliente: "sempre gosto de ouvir a opinião final do meu engenheiro mestre, vou trocar umas ideias com ele e lhe ligarei mais tarde"... Ou, "olha, este é um material novo no mercado, parece muito bom, mas gostaria realmente de fazer mais algumas pesquisas antes de lhe confirmar o uso"...As pessoas não gostam de jogar dinheiro fora com coisas que não são seguras e sólidas.
Aprendemos muito na obra dos construtores, os executores com anos de experiência no mercado, os carpinteiros, pedreiros, encanadores, eletricistas... Sempre gostei de perguntar aos meus construtores antes de tudo, antes de expressar o meu pensamento, qual era o pensamento deles sobre a coisa. Confesso que aprendi muito, e isto me ajudou a estabelecer uma relação muito forte de amizade confiança e parceria com os executores dos nossos sonhos. Buscamos soluções juntos a maior parte do tempo e para surpresa minha estas pessoas já haviam passado algumas horas pensando na questão nas suas casas ou ali mesmo no campo de obra.
O interessante era que eu fui a primeira arquiteta mulher na minha cidade a exercer arquitetura privada, numa cidade que não tinha tradição de Arquitetura e que ainda via muito todo o serviço da construção civil, uma coisa muito do mundo masculino. Tenho certeza que as pessoas pensavam muitas vezes: "o que esta menina vem aqui me ensinar a fazer"? Ter consciência de nossa jovem idade diante dos mais velhos e situação social no contexto é muito importante. Saber se posicionar sem arrogância e como parceiros de equipe é uma palavra chave em tudo.
Afinal somos como condutores de uma orquestra que não produzirá resultado nenhum sem bons músicos.
Teria muito mais o que falar mas acho isso fundamental, bem como estabelecer limites claros entre o que se dá e se faz e sempre dar um retorno ao seu cliente quando solicitado.
Boa sorte com os conselhos."
Ruth Meri Borgmann
Arquiteta e Urbanista | Jaraguá do Sul-SC / Spokane-EUA
(13/10/2015 | 18:17)
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"Seja honesto e encontrará poucos concorrentes."
Maristela Macedo Poleza
Arquiteta e Urbanista | Rio do Sul-SC
(10/10/2015 | 22:13)
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"Prezado arquiteto:
Você hoje é recém-formado, mas essa condição é temporária, e um bom dia você se tornará mais um arquiteto experiente, um bom arquiteto, ou até mesmo um excelente arquiteto. O que diferencia um do outro não são os matérias escolhidos para a obra e nem sequer o esmero no atendimento ou a empatia com os clientes. Aquilo que vai fazer realmente a diferença é sua atitude e os valores fundamentais que você aplica em sua profissão. Sim, aqueles mesmos valores que cobramos de políticos, de médicos e de outras tantas profissões, e que parecem estar um pouco esquecidos em nossa sociedade moderna.
O que vai fazer de você um grande arquiteto é a honestidade, a ética e a conseqüência entre o que você pensa, o que você diz, e o que você pratica. Imaginar uma casa ou um prédio como se fosse para abrigar sua própria família, disso se trata, e esse é um trabalho tão importante que jamais poderia ser encarado sem uma dose de amor e de respeito pelo que esta sendo feito. Ao meu ver, essas são as chaves que abrirão as portas que o levarão mais longe na vida e na profissão.
Para finalizar, tenho certeza que essa postura, caro arquiteto recém-formado, trará um grande beneficio adicional que não pode ser calculado em dinheiro. Essa postura também fará de você um grande homem ou uma grande mulher."
Horacio Roberto Zabala
Administrador de empresas, Editor, Fotógrafo | Timbó-SC
(18/09/2015 | 12:21)
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"A formação em Arquitetura lhe fornecerá o conhecimento para atuação em atividades diversas dentro da área, experimente-as! É através da aplicação prática do conhecimento teórico que você descobrirá qual ramo da Arquitetura lhe traz mais satisfação. Você também descobrirá qual o tipo de cliente que você deseja cativar. Gostar de patrimônio histórico não significa que você vai gostar de trabalhar com patrimônio histórico, uma vez que seu cliente pode vir a ser uma organização governamental. Hoje, com mais de dez anos de formada, tenho satisfação profissional em um nicho que não me despertava tanto interesse na universidade e no qual não tive oportunidade de trabalhar nos dois primeiros anos de profissão. Portanto, quando recém-formado, se permita trabalhar mesmo com atividades que você não julgava tão interessantes na teoria, você poderá ser surpreender com as descobertas da prática.
Procure se informar sobre os custos da profissão! O exercício da profissão de arquiteto pode se dar de diversas formas: como funcionário de uma empresa, como autônomo ou como terceirizado de uma empresa, por exemplo. É essencial que você se informe sobre o sistema de tributação ao qual a sua prática profissional está diretamente vinculada. Funcionários devem verificar se a empresa contratante recolhe a contribuição sindical anual. Autônomos podem optar por emitir recibos nos quais o imposto de renda já é declarado. Empresas de Arquitetura são tributadas como prestação de serviços e tem cargas maiores que as empresas comerciais. Sou empresária desde 2004, pago o conselho de classe de pessoa física e de pessoa jurídica. Também pago o meu sindicato de pessoa física e o de pessoa jurídica, mesmo sendo a única funcionária da minha própria empresa. Ter o conhecimento da legislação tributária é essencial para que você possa planejar suas finanças e exercer a profissão sem contratempos financeiros."
Elizandra Zorzetto
Arquiteta e Urbanista | Paulínia-SP
(30/09/2015 | 15:29)
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"O Arquiteto vencedor é aquele que apresenta a inovação, aquele detalhe que dá charme ou praticidade a uma construção, tornando-a seu grande cartão de visita."
Sylvio Zanetti
Engenheiro Elétrico | Paulínia-SP
(16/09/2015 | 14:09)
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